quinta-feira, 11 de junho de 2009

Assunto de hoje: Missões! =)

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Quem é o Missionário?
Pr. Jairo de Oliveira

Diante de algum desafio missionário ou da exposição de experiências e relatórios do campo, talvez você já tenha se perguntado: eu também posso ser um missionário?
Bem, eu não sei qual foi a resposta que você obteve, mas qualquer que tenha sido, espero que tenha lhe conduzido até a verdade bíblica de que todo regenerado é potencialmente um missionário. Ou seja, alguém que deve frutificar e trabalhar na seara a partir do campo em que está inserido.
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Porém, muitas vezes, temos definido o termo missionário de maneira diferente. De um modo geral, temos preferido considerar que missionário é aquele que atua num ambiente transcultural, que abdica do conforto do seu lar, da presença dos seus familiares e até mesmo do amor ao seu povo e à sua pátria, para cumprir o propósito divino de viver como peregrino e proclamar o evangelho em terras distantes.
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Utilizando a imagem do missionário nesse segundo conceito, gostaria de afirmar que, ainda assim, o missionário é homem ou mulher comum.
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O missionário não é um ser humano perfeito, mas é um perfeito ser humano em toda sua constituição. Ele tem sentimentos como qualquer outra pessoa. Ele sofre, chora, se aborrece e sente saudades.
“Porque, mesmo quando chegamos à Macedônia, a nossa carne não teve repouso algum; antes em tudo fomos atribulados: por fora combates, por dentro temores”. 2 Coríntios 7:5.
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O missionário é aquele que, como você, vive enfrentando todo tipo de dificuldades e tentando vencer as suas lutas diárias diante do trono da graça de Deus. Por que não?
O problema é que temos a tendência de colocar o missionário numa posição tão elevada como homem ou mulher de Deus que acabamos deduzindo que tal estatura é inatingível. A obra missionária passa a ser algo distante e nos sentimos pequenos e sem condições de participar.
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Na minha própria experiência, tem sido comum encontrar pessoas que pensam que a obra missionária é algo restrito e de responsabilidade apenas de um pequeno grupo que dentro da igreja foi divinamente separado para este fim, quando, na verdade, Deus espera a participação de cada crente, por mais insignificante que pareça a sua contribuição.
Todos aqueles que receberam uma nova vida, um novo Espírito, uma nova natureza, um novo coração, um novo destino, uma nova morada, também receberam a ordem de pregar o evangelho ao mundo. De forma que direta ou indiretamente, sempre haverá algo que poderão fazer para cumprir esta ordem.
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Guardo comigo uma carta interessante que recebi tempos atrás. A carta narra uma suposta apresentação do apóstolo Paulo, nos nossos dias, a uma agência missionária desejando ser enviado como missionário para a Espanha.
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Após uma série de questionamentos ao ministério de Paulo, o apóstolo acaba sendo rejeitado e considerado desqualificado como missionário para ser enviado ao campo.
A carta é interessante exatamente porque expõe de maneira singular a fragilidade dos nossos modelos atuais de missões e a frieza com que temos tratado alguns candidatos aos campos.
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Os supostos motivos da desqualificação do apóstolo Paulo são narrados, na carta, em nome do secretário executivo da agência. Cujos principais são: a idade avançada, aparência desprezível, dificuldades com a visão física e folha corrida na polícia, dentre outras causas.
Assim, a mensagem que absorvi ao ler e reler aquela carta é que lamentavelmente tem nos faltado uma visão da graça de Deus em missões.
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Se o apóstolo Paulo realmente vivesse nos tempos de hoje, não duvido que até ele seria rejeitado, segundo a nossa prática missionária moderna e os nossos critérios atuais. Infelizmente, o elitismo em missões tem enterrado muitos candidatos que seriam tão úteis, se nós apenas déssemos uma oportunidade, crendo que Deus poderia usá-los.
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É surpreendente pensar em alguns homens que Deus utilizou ao longo da história. Homens que Deus levantou como verdadeiras colunas e que aparentemente jamais assumiriam a posição de liderança ou teriam qualquer oportunidade de investimento.
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Gosto de lembrar de Davi, um jovem que, aos olhos dos outros homens, não seria a pessoa mais indicada para enfrentar o gigante Golias e muito menos para reinar em Israel.
E o que falar de José, Josias, João Batista e tantos outros? Homens que se não fosse a graça de Deus teriam ficado no anonimato. E pior, teriam sido colocados, pelos homens, na pilha dos inúteis e dos insignificantes deste mundo.
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“Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós, e orou com fervor para que não chovesse, e por três anos e seis meses não choveu sobre a terra”. Tiago 5:17.
Se observarmos bem, quando Jesus expôs diante dos discípulos a tarefa da Grande Comissão, veremos que ele estava convocando homens que eram considerados indoutos e iletrados (Atos 4:13). Com isso, ele não estava dizendo que os mais cultos e os mais bem preparados não teriam parte importante nesta obra.
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A verdade é que, todos, os mais bem preparados como também os leigos. Todos, sem exceção, devem participar de maneira efetiva e na posição em que foram chamados por Deus.
Martin Luther King Jr., disse certa vez num sermão:
“Tu não tens que ter um curso universitário para servir. Tu não tens que saber ligar o predicado ao verbo para servir. Não precisas ter conhecimento sobre Platão e Aristóteles para servir... Precisas apenas ter um coração cheio de graça, e uma alma movida pelo amor”. [1]
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O desejo de Deus é que todos se cheguem a Ele, por meio da salvação que há em Cristo (João 12:17), e, se não estamos realmente comprometidos e empenhados neste propósito, precisamos nos ajustar e nos posicionar rapidamente no reino de Deus.
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